[ Histórias de ]

“50 anos de história”

” A 1 de Março de 1970, domingo, já depois dos primeiros passos, é oficializado o registo do agrupamento de escuteiros n.º 304 Sequeira na história do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português. “

Baden Powell, o fundador do escutismo, um dia disse que “muitas pessoas devem a grandeza das suas vidas, aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer”.

Este é o nosso propósito a cada dia, vencer obstáculos e ultrapassar problemas, para no final, sermos mais felizes e melhores pessoas.

Aqui, passados 50 anos, deixamos alguns testemunhos desta nossa [GRANDE] história, contados na primeira pessoa.

José Dias 1

José Dias

1965 a 1973

Membro da Fundação

e Dirigente Investido

José Dias 2
José Dias 3

Estamos no ano de 2019 e decidimos começar a preparar as nossas Bodas de Ouro, tentando descobrir alguma história dos nossos antepassados. O primeiro entrevistado foi José Maria Silva Dias, ex-dirigente do nosso movimento onde nos conta um bocadinho dos primeiros passos do Agrupamento. Diz ele que “na primeira promessa estavam 8 elementos, todos à volta dos 9 anos, com as duas Àquelas, foi a cerimónia mais bonita, dois a dois, com os padrinhos e madrinhas, estaríamos talvez em 1965, sendo o Zé [Guedes] o braço direito do Padre [Francisco]” e acrescenta que “o meu irmão Jacinto não fez a promessa porque não tinha idade, fomos uns Lobitos muito amadores, mas engraçados”.

Recorda-nos também os passos dados “o primeiro acampamento de Lobitos foi incentivado pelo agrupamento de Aveleda, foi super agradável acampar com aqueles rapazes mais velhos, ali no terreno do cemitério, onde é agora o caminho”. Continuamos a agradável conversa, vendo algumas fotografias e recordando os anos seguintes “entre 1965 e 1970 os nossos acampamentos eram feitos assim meio à rebeldia, à procura de dinheiro para comprar tendas e o padre sempre a apoiar; acampamentos com vigilantes tipo tropas, sem mapas, com mochilas carregadas que nunca mais acabavam” e reconhece que “a renovação é feita comigo, o João Lourenço e o Padre, chegando assim a um grupo de exploradores, formando realmente o agrupamento”.

Continuamos a falar do percurso pessoal e confessa que “cheguei a chefe de unidade, e o pessoal das Caldas depois deu muita mais força ao agrupamento; o António Lampaneiro foi um chefe incrível com o falecido João Lopes, nessa altura atinge o máximo, 3 patrulhas (águia, leão e tigre) e houve um salto grande, entram uns indivíduos mais velhos e formam os caminheiros” salientando que “éramos competitivos nos nós, fizemos disto a tropa que não tivemos; era uma forma de ocupação do tempo e adorávamos acampar”.

Ainda na conversa relembra que “era positivo para o impacto ambiental, fazíamos um trabalho incrível com pesquisas à volta de folhas, tipos de folhas, nomes científicos, etc.” e levou para a vida “o convívio, os valores e a força da amizade” realçando o seu afastamento “com a fanfarra o agrupamento ficou pior e havia muita religião e muita igreja” deixando a nota final sobre a atualidade do agrupamento, considerando “muito positivo, um grupo tão novo e preocupado com valores, mas aconselho um espírito aberto, fora da sala”.

[Sequeira – Sede do Agrupamento, 18 de abril de 2019]

António Manuel 1

António Manuel

1965 a 1974

Membro da Fundação

António Manuel 2

Em 2019, para participar na nossa atividade ‘Dia do Escutismo’, estabelecemos contacto com alguém identificado como ‘pessoa ideal’ para explicar os primórdios do nosso Agrupamento e, para preparar as nossas Bodas de Ouro. Esse senhor é António Manuel Lopes da Costa, 64 anos, o primeiro fundador a ser contactado para nos contar a sua história.

Começamos por apresentar uma fotografia de grupo do nosso Agrupamento e imediatamente diz-nos “esta fotografia que está aqui é de quando fizemos a promessa dos exploradores; poderia existir uma fotografia em posse do padre Francisco, eu não tenho e ninguém tem, naquele tempo todo a gente era pobre, não havia grande capacidade económica para se dar ao luxo de tirar uma fotografia que fosse, mas seria de 1965 quando nós fizemos a promessa de Lobitos” e acrescenta “recordo-me perfeitamente das três horas da tarde, do cortejo que a gente fez das Caldas até à Igreja, fazer o juramento naquele espaço completamente apinhado, não havia sítio nenhum por todo lado, foi a maior festa do mundo, até me recordo quem foi a minha madrinha e uma dirigente de Aveleda, veio para apadrinhar o Agrupamento”. Continua com as suas memórias, dizendo que “lembro-me das duas promessas ‘juro da melhor vontade, ser amigo de Jesus, amando os outros, respeitar a lei da Alcateia e praticar diariamente uma boa ação’; em explorador, como já era mais velho, já tinha a cabeça mais no sítio, já estava mais intrincado com o Escutismo, já sabia a vida de Baden-Powell, pertencia à patrulha Leão, e disse assim ‘juro pela minha honra e com a graça de Deus, cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a pátria, auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias, e obedecer à Lei do Escuta’ ”, deixando-nos boquiabertos com a sua facilidade de transpor textualmente essas lembranças com mais de 50 anos e, ainda sobre a foto, depois de identificar todos os presentes, diz-nos “posso garantir que esta fotografia é de 1966/67, garantidamente, porque a minha irmã [presente na foto] foi trabalhar para Lisboa em 1968 e nunca mais vestiu a farda de escuteira”.

A nossa conversa continua relembrando as atividades “se não me engano em 1973 fizemos o nosso primeiro acampamento de praia, em Fão, ao lado de uma Capelinha, durou quase 8 dias, foram as nossas férias de Verão; aprendemos a lavar a loiça, a cozinhar, aprendemos a arrumar tudo em pouco espaço, a perceber que nas horas amargas da vida, não havendo açúcar, um bocadinho de sal também servia” e fala-nos um pouco desses anos “o Chefe Guedes só tocava o órgão, só vestia a farda para as festas; o melhor chefe que eu tive na área do campo, foi o já falecido António Lampaneiro, era ele que coordenava” e acrescenta “eu nunca estava incluído nos que mandavam, era sempre o último da fila, gostava de ver tudo à minha frente; se falarem com pessoas da mina época, vão dizer que eu era o mais burro, mais parolo, porque eu nunca passei de observador, por duas razões, por ser daltónico e esquerdino, naquele tempo eram atestados de demência aos olhos dos colegas, e para me proteger ficava sempre à retaguarda; nós quando somos jovens também temos as nossas defesas, mas quando a professora me perguntava qualquer coisa, eu sabia tudo”.

A nossa conversa avança com os motivos da saída, dizendo que “o meu pai punha os filhos a partir dos 14/15 anos em Lisboa a trabalhar, era a capital do mundo, e ao ir para Lisboa, tínhamos de ser escuteiros duas vezes, ter de arranjar amigos, ter de arranjar colaboradores, ter de arranjar pessoas com quem falar, ter de começar tudo de novo” e faz a ponte para o resto da vida pessoal “nós não aprendemos só com quem sabe mais, mas sim com aqueles que sabem aquilo que nós precisamos e queremos aprender; se eu perguntar ao meu funcionário como se faz alguma coisa, eu não quero que ele faça, mas sim que me diga como se faz; quando num grupo se pega num novelo e cada um puxa um fio de lã para cada lado, ele rebenta, mas se forem entrelaçados, com ideias opostas e diferentes, ele ganha toda a força que necessita; é preciso saber ouvir o contraditório, a força de uma camisola está nos fios de lã, o mesmo acontece no Escutismo, porque a união faz a força; assim como o Nó Direito é o laço mais forte que existe, e se não tivermos ‘ligados’ não vale a pena” e acrescenta que “líder é aquele que tem capacidade de dizer para si próprio ‘só sei que nada sei’, para ter capacidade de ouvir o mais pequenino e saber a novidade que ele traz; eu faço isso com os meus funcionários, incentivo a ensinar, para achar que sabem coisas que o próprio patrão não sabe”.

E ao falar da atualidade, refere um fator muito relevante “o meu sucesso de vida, devo-o aos escuteiros; conheci o mundo pelas estrelas, nos raides noturnos, era pelas estrelas que seguia o destino, assim como quando estava perdido numa cidade, era pelas estrelas que me orientava e sabia onde ficava o hotel; deu-me a possibilidade de entender os outros, aceito a diferença das pessoas e sei que tanto é bom o chefe que incentiva a patrulha a ganhar, como é bom o último elemento que também se esforçou, como nas touradas, quem segura o touro para os forcados fugirem, é o homem do rabo” e fala do que presenciou após participar na nossa atividade “nota-se que tem raízes, tem o mesmo alicerce, senti que os chefes são ativos, gostava de conviver mais; as crianças têm de estar viradas para algo que as cative” continuando “a Igreja é a força da natureza e o movimento não se pode desligar dela, eu tive um problema cancerígeno, nunca me habituei a ele, entendia que não era meu; cada vez que entrava no hospital era uma festa, levava uma anedota nova, entrava 10min para o tratamento e dizia que não tinha nada; quando deitado, a fazer a radioterapia pensava que infeliz daquele que não tem a parte divina onde se possa agarrar; para mim demorava um minuto, porque era muito inferior à fé que tinha dentro de mim, e o Escutismo tem de ser a força da fé; quem não crê, não chega lá!”.

Antes de terminar a nossa longa conversa, ainda diz “o escutismo foi algo que me marcou, por causa da força, por causa da fé, por causa de tudo aquilo que os meus colegas pensavam que eu era enquanto me ria sozinho; lembro-me de tudo, por isso não podia ser assim tão burro. Fui obrigado a conhecer o mundo, e uma viagem é como um rio, se não fossem os afluentes, pouca água levava” e termina a dizer “ponto número um, só sei que nada sei, daí passar muito tempo no refeitório da mente, a biblioteca, para ganhar todo o conhecimento necessário para conseguir cumprir com as minhas responsabilidades pessoais”.

[Fafe – Fafetur Viagens, 28 de dezembro de 2019]

Celeste Costa 1

Celeste Costa

1965 a 1968

Áquela da Fundação

Celeste Costa 2

Agora à conversa com uma das Áquelas da fundação, apresentámos a Chefe Maria Celeste Lopes da Costa, 72 anos, que nos conta os primeiros passos do Escutismo em Sequeira “fomos incentivados pelo Pe Francisco, desconhecíamos por completo o movimento. Há cinquenta e tal anos, não sabíamos o que era um escuteiro, mas ele ajudou-nos muito na nossa formação (…) eu dava catequese e convidou-me, ajudou-nos a fazer a formação e tínhamos encontros em Braga com o Chefe Faria, para fazermos a promessa no mesmo dia dos elementos; isto entre 1965 e 1967, porque entretanto fui trabalhar para Lisboa em 1968 e tive de deixar” e lembra-se de uma pequena história “em 1974 regressei porque fui operada a uma perna, e foram visitar-me um grupo de escuteiros, eram um grupo muito unido”.

Continuando a nossa conversa sobre os primórdios lembra “o Pe Francisco empenhava-se muito pela paróquia, era pequenino, mas muito ativo; foi a partir daí que começamos a fazer atividades, eram as ‘avezinhas’, íamos acampar para perto, gostava muito de ensinar a cozinhar, a fazer nós e a pôr as roupas todas direitinhas (…) uma vez fiz arroz de feijão vermelho, queriam mais e não havia, tive de dar o meu” e “na altura se não tivesse ido para fora, teria continuado, mas hoje já não seria capaz de ir acampar, eram outros tempos, não tínhamos tantos meios para crescer”.

Os anos passaram, mas realça “o escutismo é uma grande escola, quem andar lá, é uma maravilha continuar, porque não estão ‘noutros sítios’; o mais importante é formar um mundo melhor para amanhã, com pessoas cada vez melhores; os valores que recebemos, não desaparecem, pode haver alturas que estamos mais afastados, mas a semente está lá; invistam na vossa formação, é muito importante, porque as pessoas deitam para fora as suas vivências, naturalmente, e ser Escuteiro é uma grande mais-valia” e acrescenta as coisas que tirou de bom “crescemos em valores, crescemos em graça, não me esqueço que ‘o Lobito escuta Áquela, o Lobito não se escuta a si próprio’ porque na escola ‘Áquela’ é o professor e em casa são os pais ou os irmãos mais velhos; não podemos fazer à nossa vontade, mas sim o que é melhor, e os Escuteiros formam-se com base em tudo isto”.

Numa mensagem final deixa um forte alento “se há coisa que é importante, é o Escutismo existir e ter crescido, isso é muito bom; se cada um fizer a sua parte, o resto não nos pertence; como o Pe Francisco deve estar muito feliz pelo movimento e eu fico felicíssima por serem tantos neste momento, vou ter o Agrupamento de Sequeira nas minhas intenções” e concluiu dizendo que “aconselho todas as crianças a fazer parte, porque no Escutismo cresce-se em todos os sentidos”.

[Braga – Holmes Place, 13 de janeiro de 2020]

Carlos Fernandes 1

Carlos Fernandes

1966 a 1970

Membro da Fundação

Carlos Fernandes 2

Continuando as nossas entrevistas, eis que conseguimos chegar ao contacto do último membro da fundação, Carlos Alberto Fernandes Ribeiro, 66 anos, que numa abordagem inicial, mostra um enorme contentamento “estou muito contente por terem vindo falar comigo; passei por momentos muito complicados na vida e precisei de muita ajuda, cheguei a não ter sequer dinheiro para comer, mas agora vocês terem-se lembrado que fui escuteiro, estou mesmo muito contente” e continua dizendo “garanto que vou estar presente na vossa festa, é o mínimo que posso fazer por me terem procurado”.

Neste início de conversa, começa por falar sobre a passagem pelo movimento “eu morava no Cruzeiro e fui convidado através da minha mãe que frequentava a Igreja, os escuteiros eram uma maneira engraçada e divertida para sairmos de casa e conhecer pessoas (…) confirma-se a data de 1965, porque eu nasci no Brasil e viemos em 1964, com 10 anos; como eu entrei nos escuteiros com 11 anos, confirma-se que o início do Escutismo foi nesse ano” [apesar de não ser o ano oficial].

Reavivando a memória “lembro-me de algumas coisas, éramos muito amigos uns dos outros, todos nos dávamos muito bem e respeitávamos as pessoas, porque no Escutismo havia regras e quem não cumpria era castigado”. Lembra também que “tinha muitas noites de campo, ia acampar muitas vezes, para o Monte das Caldas, para o campo dos Escuteiros da Apúlia e para muitos outros sítios (…) aprendemos a desenrascar, não havia panelas, era pegar em 4 pedras, fazer a fogueira e colocar a comida a fazer; aprendemos a ser desenrascados e a fazer pela vida”.

A conversa continua e surgem mais lembranças “quando íamos acampar íamos aos polvos no meio dos rochedos, ou ao mexilhão, para podermos cozinhar, assim não gastávamos dinheiro a comprar (…) aprendi tantas coisas boas… a cozinhar, lavar a loiça, ser solidário e principalmente a partilhar, na altura não dávamos valor, mas agora passados tantos anos, damos valor a todas essas aprendizagens” e faz a interligação com a atualidade “o escutismo hoje é muito diferente, vocês agora têm acesso a muitas coisas e ainda bem!”.

Deixando uma mensagem final diz que “no Escutismo o fundamental é isso, as regras; aprender a ter regras e a respeitar, só assim as pessoas se conseguem entender umas com as outras e com educação; claro que a educação deve ser dada em casa, mas nos Escuteiros isso era muito aprofundado (assim como a Igreja) e devemos sempre respeitar, é o que nos mantém organizados e educados” e continuando o raciocínio “aconselha a toda a gente a entrar nos escuteiros, se hoje sou a pessoa que sou, devo muito ao Escutismo (…) eu peço ‘quero um café e um copo de água se faz favor’, não custa nada ser educado, não fica mais caro e só nos faz melhores pessoas” e concluindo de forma sentimental, confessa que “não imaginam o quanto estou mesmo feliz por me procurarem e terem vindo falar comigo, obrigado!”.

[Braga – Café Astória, 21 de janeiro de 2020]

Djalmo Costa 1

Djalmo Costa

1965 a 1971

Membro da Fundação

e Dirigente Investido

 

Djalmo Costa 2

A nossa entrevista seguinte é com o Chefe Djalmo António Lopes Costa, 66 anos, residente em Lisboa, mas que conseguimos ‘apanhar’ numa visita à terra Natal. Começa por evidenciar os nomes do grupo da fundação, ao olhar para a fotografia mais antiga, e relembra que “as pessoas podem ter opinião diferente sobre todas as outras pessoas, e eu respeito, mas há uma pessoa que foi importantíssima aqui nesta freguesia, foi o Padre Francisco Marques Freitas”. Após uma pequena pausa, emocionado, continua “como pessoa, deve ter sido uma das melhores pessoas que passou por Sequeira, foi um grande amigo, uma pessoa que muito respeito e que rezo quase todos os dias; lembro-me até quando veio para cá, tinha um Fiat 600”.

Continuando a nossa conversa sobre a origem do nosso agrupamento, lembra que “surge porque o padre nos reuniu e em 1964 começam a ser formadas as duas primeiras dirigentes, a minha irmã Celeste e a Ana Lourenço Gomes, para nos ensinar a ‘caminhar na vida’ e as primeiras promessas são então em 1965”, faz um realce ao outro fundador “José Guedes de Azevedo, dentro das suas limitações, foi uma pessoa muito presente; podia às vezes não contribuir com muita súmula, mas a sua presença era muito importante” e partilha o desprendimento ao movimento dizendo que “fui Lobito, Explorador, porta estandarte da patrulha Leão e por último Secretário de Agrupamento, mas isto é como os filhos, somos obrigados a assumir a posição do pai, quando este desaparece, por isso quando não temos quem nos comande, temos de nos comandar a nós; fiquei sem pai aos 18 anos, tive de sair da minha ‘zona de conforto’ e fui para Lisboa trabalhar com 19 anos, em 1971”.

Ao partilhar momentos vividos lembra que “tenho algumas histórias, algumas boas, outras menos boas; numa estive para morrer afogado, em S. Julião, num tanque todo sujo e a água ficou turva quando mergulhei; outras muito positivas, por exemplo, o Acampamento de Núcleo nas Taipas, chegámos ao fim cansados, mas felizes e satisfeitos; outro foi o meu primeiro acampamento no Campo Escola de Fraião, fomos numa carrinha que transportava os porcos”. Refere que nem tudo foi bom “houve um período mau, eu sempre primei pelo dever do cumprimento perante os outros; nós temos de ser o exemplo, em tudo, mas fico feliz, porque houve gente que conseguiu ultrapassar e dar continuidade” e faz a ponte para o presente “hoje as coisas são mais fáceis e há uma diferença muito grande no acesso mais facilitado à informação e ao dinheiro” e confessa que “tenho saudades disto, ao contrário do que as pessoas possam pensar, nós não podemos fugir das nossas raízes, claro que gostaria de ser novamente, mas já não tenho aquela agilidade de jovem, mas isso faz parte da vida, já caminhei a minha parte e outros estão a caminhar a sua”.

Deixa ainda um bom testemunho “duas das minhas três filhas foram escuteiras e gostaram muito; tem de ser uma escola muito bem aproveitada, a ser ágeis, compreensivos, solidários, só se ensinam coisas boas; o escuteiro é um exemplo, tem deveres a cumprir” e acrescenta que “nós devemos estar com quem nos sentimos bem, a orientação dos jovens necessita de duas coisas, primeiro os jovens têm de estar disponíveis para nos ouvir, escutar e aprender, e segundo, isto não é uma casa de vaidades, mas sim uma casa de serviço, por isso respondemos ‘sempre alerta para servir’ e devemos praticar uma boa ação todos os dias”.

Por último, deixa algumas mensagens de apoio “é difícil seguir o lema de Baden-Powell ‘deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos’… mas temos de fazer para que assim seja; se todos fizermos o bem à volta de nós próprios, o mal desaparece; nós devemos fazer o bem sem que ninguém nos veja; a bondade deve-se fazer com uma certa reserva, aqueles que recolhem e não sabem quem deu, distribuem e não sabem quem recebe, esses são os que têm o maior coração” e termina com um voto muito positivo “se semearmos coisas boas, provavelmente, vamos colher coisas boas, por isso estou muito feliz, é importante nós honrarmos o passado para construir um futuro melhor”.

[Sequeira – Sede do Agrupamento, 23 de janeiro de 2020]

Os “créditos” da história

A 1 de MARÇO de 1970

Fundadores

Pe Francisco Marques Freitas

José Guedes Azevedo

Grupo da Fundação

Ch. Ana Lourenço Gomes Sousa

Ch. Maria Celeste Lopes Costa

António Armindo Fernandes Teixeira

António Manuel Lopes Costa

Carlos Alberto Fernandes Ribeiro

Djalmo António Lopes Costa

Domingos Ferreira Rodrigues

Francisco Ferreira Martins

João Lourenço Gomes

José Maria Silva Dias

Em 50 ANOS de HISTÓRIA

3 Assistentes de Agrupamento

Pe Francisco Marques Freitas

Pe Marcelino Paulo Machado Ferreira

Pe Miguel Paulo Carvalho Simões

7 Chefes de Agrupamento

José Guedes Azevedo

João Gomes Veloso

José Lopes Pereira

Jacinto Silva Dias

José Carlos Ribeiro Barbosa

Paulo José Silva Martins

Bruno Miguel Braga Silva

51 Dirigentes Investidos

Adriana Filipa Barbosa Monteiro

Adelino Costa Correia

Agostinho Araújo Ferreira

Agostinho Silva Fernandes

Ana Lourenço Gomes Sousa

Ângelo José Araújo Ferreira

António Ferreira Dias

António Gonçalves Ribeiro

António José Ferreira Prata Dias

António Silva Sousa

Bruno Miguel Braga Silva

Carlos Pinheiro Eirinha

David Fernando Braga Dias

Djalmo António Lopes Costa

Domingos Araújo Monteiro

Domingos Ferreira Costa

Fátima Miranda

Fernanda Prata Dias

Fernando Gonçalves Vieira Veloso

Fernando José Conde Veloso

Hélder Augusto Rocha Ferreira

Isabel Ferreira Gonçalves

Jacinto Silva Dias

João Gomes Veloso

João Lopes Pereira

João Paulo Costa Braga

José Alberto Silva Ferreira

José Araújo Martins

José Augusto Martins Ferreira

José Carlos Ribeiro Barbosa

José Costa Veloso

José Ferreira Lousa

José Guedes Azevedo

José Lima Silva

José Lopes Pereira

José Maria Pinheiro Costa

José Maria Silva Dias

Luís Ferreira Monteiro

Manuel Araújo Monteiro

Manuel Casimiro Ferreira Costa

Maria Antónia Pinheiro Eirinha

Maria Berta Pinheiro Eirinha

Maria Celeste Lopes Costa

Maria Glória Rocha Ferreira

Maria Rosa Pereira Silva

Natália Vanessa Lourenço Araújo

Paulo José Silva Martins

Renato Diogo Alves Costa

Rosa Jesus Gomes Ribeiro Barbosa

Rui Costa Braga

Teresa Jesus Costa Dias

E mais de 500 Ex-Escuteiros…

Linha do Tempo do Ag. 304 Sequeira

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